sábado, 4 de janeiro de 2014

A Última Missão (cont.)

Levo uma mão trémula e hesitante ao bolso e retiro um telemóvel antigo, daqueles com o esquema de cores apenas a preto e branco. "Patrão" está a ligar. Olho para o ecrã do telemóvel durante o que me parece uma eternidade. Deverei atender? Clico na tecla verde e levo o auscultador ao ouvido.
- Bom dia, Sr. Ferreira. Espero não o ter acordado. - Diz o homem com a voz disfarçada.
Estou tão confuso e a fervilhar de raiva que demoro bastante tempo a conseguir articular algo.
- Quem fala? - Pergunto. As palavras saem-me da boca num tom de desespero.
- Isso não interessa. - Responde-me a voz disfarçada num tom eloquente, quase simpático. - Tenho um trabalho para si, uma missão, se desejar. Tenho a sua filha, que morrerá num piscar de olhos se o senhor sequer pensar em não colaborar. Por agora, sugiro que saía daí, a polícia não deve estar a tardar.

Mal ele acaba a frase, ouço o ruído ínfimo das sirenes. A chamada cai.

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