segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A Última Missão (cont.)

Estaciono a mota a um quarteirão de distância da casa e vou o resto a pé. Enquanto ando, sinto a pistola de 9mm que tirei de um dos baús no fundo das minhas costas, presa pelas calças. Num dos bolsos do casaco um silenciador e no outro um rolo de fita adesiva. Todos estes objetos dão-me uma sensação de segurança. Examino a casa a uma distância segura. Está velha e decrépita, tal como todas as outras à sua volta. Vou para as traseiras e monto o silenciador na minha Beretta. Uma das janelas não está trancada e é por aí que eu entro. Ouço o som abafado da televisão e movo-me silenciosamente nessa direção. Ao entrar na sala, deparo-me com um sujeito de aspeto normal, sentado no sofá a ver uma série televisiva qualquer. Ele olha repentinamente para mim ao sentir a minha presença e eu aponto-lhe a 9mm à cabeça, fazendo sinal com a outra mão para ele não fazer barulho. Ele está visivelmente aterrorizado, a olhar diretamente para mim como um veado encadeado por faróis.
- Onde está a minha filha? - pergunto o mais calmamente possível.
- Eu- eu não sei d-do que e-estás a falar. - ele tenta mentir.
Mas eu reconheço-lhe a voz. A voz que ele não se lembrou de disfarçar na última chamada que fez.

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