sábado, 18 de janeiro de 2014
A Última Missão (cont.)
A voz disfarçada desliga o telefone e eu volto
para a minha mesa e peço uma dose substancial de comida, apesar de não ter dinheiro
nenhum comigo. Vou precisar de muita energia para esta tarefa. Acabo a refeição
e dirijo-me de novo à casa de banho, sob o olhar desconfiado da empregada.
Sinto-me um pouco mal porque naquele tempo todo ninguém mais tinha entrado no
café e eu acabei de fugir a uma conta de mais de 15€. Enxoto este pensamento e
esgueiro-me pela pequena janela na casa de banho. Tenho de caminhar vários
quilómetros até onde preciso de ir, outrora um parque de estacionamento, agora
é uma zona de arrecadações privadas, centenas delas. Quando chego à minha, olho
à volta à procura de olhares suspeitos. Não vejo ninguém, retiro a pequena
chave do bolso e abro o cadeado. Abro apenas uma frincha na porta e entro. Está
exatamente como eu a deixei. Dois baús enormes repousam no chão encostados à
parede, ao seu lado uma secretária com um pano tapando vários equipamentos
informáticos. Na parede oposta, a R6 com a chave na ignição parece impaciente. Como
eu adoro esta mota! É a contemplá-la que tenho uma ideia. Ninguém sabia da
existência desta arrecadação. Eu pago a renda em dinheiro e com um nome falso.
Olho para o todo o equipamento eletrónico na mesa. Será que ainda sei trabalhar
com aquilo?
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