A
minha memória viaja até quando tinha 17 anos e vivia num parque de roulotes com
o meu pai alcoólico e abusivo. A minha mãe há muito que tinha morrido, provavelmente
vítima de um dos numerosos ataques de fúria do meu pai. O pouco que ele me
disse sobre o desaparecimento dela foi que ela ficou farta de nós e
simplesmente foi-se embora. Eu não acreditava numa única palavra. Sim, ela era
uma drogada que olhava sempre para o outro lado quando o meu pai praticava os
seus golpes de kick boxing no seu saco de boxe preferido: eu próprio; mas ela
amava-nos, na sua forma distorcida de amar, e nunca nos abandonaria.
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