-Sílvia!
Sílvia, acorda, por favor...
Encosto
a mão no rosto da minha esposa. Está gelado, ela está morta há várias horas. Tem
um corte profundo na barriga, a causa da morte, esvaiu-se em sangue. Olho para
a faca ainda na minha mão. A arma do crime. Deixo-a cair no chão e o som que ela
faz parece-me ensurdecedor. Não, eu não
posso ter feito isto. Não é quem eu sou. Já não. Um pensamento atinge-me
como um relâmpago: Susy! Dirijo-me em
sprint para o quarto da minha filha de 5 anos. O quarto está intacto mas ela
não está em lado nenhum, debaixo da cama, escondida no armário, nada. Olho para
o relógio na mesinha de cabeceira, mais por instinto que outra coisa. 7 da
manhã. Ela ainda estaria a dormir a esta
hora… Talvez… talvez tenha visto o que eu fiz e… fugiu de casa em pânico. Um
toque de telemóvel interrompe-me o devaneio. Um toque desconhecido, vindo do
meu bolso.
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